segunda-feira, 6 de junho de 2016

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Resenha (ou quase) Menina Má - Willian March I The Bad Seed

Acredite esse não é um livro da Barbie! Antes de começar a resenha, vou dar um dica: nessa edição há uma introdução bem completa sobre o autor e sobre a época em que o livro foi escrito; não a pule, pois você compreenderá mais da obra com essa bagagem.

               

O que você faria se descobrisse que sua filha de 8 anos é uma psicopata?

Pois é nessa situação que a narradora principal da história se encontra, Christine Penmark, que está em casa com sua filha Rhoda, enquanto seu marido viaja a trabalho. Rhoda é uma menina de 8 anos muito adorada e até mesmo mimada por seus pais, vizinhos e conhecidos (adultos). Mas logo no início percebemos o quanto a garota é diferente das crianças de sua idade; a mãe de Rhoda percebe que a menina não tem amigos crianças, é mais desapegada, "fria", organizada e objetiva e até um pouco interesseira.



Passamos os primeiros capítulos vendo o quanto a menina se empenha para ganhar a medalha de melhor caligrafia de sua escola, e o quanto ela se decepciona (enraivecida) por outro menino tê-la ganho. E é aí que a história começa a desenrolar e pelos olhares e impressões da mãe, começamos a desconfiar de Rhoda, e imaginar que uma menina de apenas 8 anos possa ter uma semente do mal enraizada em si.

Por meios de flashbacks, memórias "retorcidas", histórias familiares e minuciosos estudos psicológicos (dos quais o autor pesquisava e acreditava serem reais), nos é mostrado que vários fatos trágicos aconteceram e que, coincidentemente ou não, a menina parece sempre estar por perto quando ocorreram. 

Ficando muito perturbada com o que pode estar acontecendo, Christine começa a investigar sobre crimes e psicopatas, e além de descobrir terríveis segredos da pequena Rhoda, acaba descobrindo algo bem sombrio sobre o próprio passado, o que a faz se sentir culpada e começar a pensar se a semente do mal pode ser passada geneticamente: se a pessoa nasce assim ou se torna assim (uma duvida levantada pelo autor, algo que achei muito curioso, principalmente para a época em que foi escrito).



A narrativa do livro é muito envolvente, o modo de como o autor entra na mente de cada personagem durante os capítulos é fantástico. 



É narrado em terceira pessoa, significa que é um narrador que conta tudo o que está acontecendo, mas não é onisciente, ou seja, não sabe tudo o que está acontecendo, apenas sabe o que a personagem sabe. 

O autor não faz divisão de capítulos por personagens e nem difere de quando muda de uma situação para outra. A sensação da narrativa é como se você estivesse lendo o roteiro de um filme todo rodado em plano-sequência, sem cortes; essa mudança de personagens-narradores dentro do mesmo capítulo, acontece quando um ou mais deles se encontram em determinadas situações.

O livro foi originalmente publicado em 1954, e se transformou em grande sucesso muito rápido. Também nunca ninguém havia colocado uma criança como uma protagonista tão má! E agora, 62 anos depois, a editora DarkSide lança no Brasil essa edição ma-ra-vi-lho-sa desse livro fantástico. Menina Má também fez sucesso no cinema, quando ganhou uma adaptação que foi indicada a quatro Oscars.



Um livro recomendadíssimo que não vai deixar você larga-lo enquanto não acabar!


Se você prefere resenha em vídeo, também tem:

Espero que tenham gostado, qualquer dúvida ou sugestão deixe nos comentários :)

Beijos
Dre<3

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